O que você deve saber sobre o uso efetivo dos condicionadores de ar

Não é incomum encontrarmos estabelecimentos em que os condicionadores de ar são ligados apenas em temperaturas extremas. E não sendo utilizados com regularidade. Essa é uma medida de economia de energia e, muitas vezes, de conforto para os ocupantes – muitas vezes, até em relação ao ruído. Em outros casos, porém, o equipamento não é utilizado simplesmente porque as pessoas sentem-se confortáveis com o ar ao natural, e a falta do ar condicionado não é percebida.

Ainda, ambientes com elevada ocupação de pessoas tendem a desenvolver problemas em relação à qualidade do ar. Um deles é a concentração e amplificação de poluentes, quando não recebem a ventilação adequada. Os responsáveis por esses locais poderiam melhorar a qualidade do ar, simplesmente, usando maior regularidade os condicionadores de ar. Na maioria dos sistemas, há a possibilidade de uso na função de ventilação somente! Pois é, ela apresenta, inclusive, um consumo de energia bem inferior ao da refrigeração ou aquecimento.

Ar condicionados são projetados para promover a qualidade do ar. Mas isso só ocorre, de fato, quando adequadamente projetados, instalados e mantidos. Os condicionadores centrais promovem a filtragem e renovação do ar, além do controle da temperatura e da umidade. Já os equipamentos simples, como Split e tipo ‘Janela’, efetuam, no mínimo, a filtragem de partículas grosseiras do ar, também colaborando com a qualidade do ar interior. Porém, não solucionam o problema da renovação do ar, e por isso, é preciso, nestes casos, buscar auxílio com profissionais do ramo de qualidade do ar.

Gerenciando a qualidade do ar para garantir ambientes internos saudáveis e sem contaminações

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Falar de qualidade do ar em ambientes internos significa entender que ambientes fechados potencializam contaminações diversas no ser humano. E, claro, com efeitos à saúde: irritação na garganta, mucosas, pele, olhos e coceiras, além de alergias, são alguns deles.

Mas por que os locais fechados aceleram contaminações e problemas à saúde? Bom, a falta de ventilação provoca a umidade que se acumula e causa bolores por fungos e bactérias. Já ambientes com ar condicionado em uso por longos períodos sofrem, justamente, da falta de umidade. Ou seja, o ar é seco demais para a respiração humana.

Um problema com soluções, sendo uma delas o monitoramento

Considerado, há algumas décadas, um grande problema a ser sanado nas cidades, leis vigentes nos países visam o controle da qualidade de ar interior. No Brasil, por exemplo, como cita o engenheiro ambiental Cristiano Nastro, a lei 13.589/2018 coloca padrões de temperatura, umidade, velocidade, taxa de renovação e grau de pureza do ar. Esta lei também dispõe sobre a manutenção de instalações e equipamentos de sistemas de climatização de ambientes. Ela visa a saúde de seus ocupantes.

Assim, seguindo as orientações, gestores de prédios públicos, empresas, locais muito frequentados, podem gerenciar, com ajuda técnica, os índices que a lei aponta como prejudiciais. E indicar melhorias e ações que incluam ventilação, filtros e outras soluções.

Se é melhor prevenir que remediar, é melhor monitorar que ficar na ignorância sobre a qualidade do ar em locais de uso comum. Um ambiente com ar “viciado”, mal ventilado, nunca será um ambiente saudável. Qualidade de ar interior é qualidade na saúde.

O risco dos ambientes fechados com ar condicionado – sua saúde e seu bolso neste verão

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O uso de ar condicionados e circuladores de ar são indispensáveis no verão brasileiro, para os lares, e os pequenos e grandes estabelecimentos. E, neste 2021, confirma-se a bandeira tarifária vermelha para os primeiros meses do ano. A manutenção destes aparelhos ligados dia e noite encarece a conta de luz. E a preocupação com o bolso aumenta, somando-se à apreensão com a qualidade de ar nos ambientes fechados.

De fato, a preocupação com tal gasto e encarecimento da energia é um fator que preocupa o brasileiro. Segundo recente reportagem do Portal de Notícias G1, da Globo, neste verão, há uma combinação de fatores tornando cuidados com o ar-condicionado urgentes. Um deles, a pandemia, que aumentou o número de pessoas que passam mais tempo dentro de casa. Outro, o aumento do número de pessoas que estão trabalhando dentro de casa, fazendo home office. Tudo isso com as contas de luz mais caras, com a bandeira vermelha.

De onde vem a bandeira vermelha na medição de energia

De forma resumida, bandeira vermelha significa a taxa extra cobrada quando os reservatórios estão baixos. Pois é, representa muito mais do que isto.

Criação da ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como projeção e sinalização para que o consumo de energia elétrica considere, mês a mês, as condições e custos de geração no País. Resumidamente, quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) é boa, tem-se bandeira verde, sem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2. Saiba mais sobre Bandeiras Tarifárias em um vídeo educativo da ANEEL.

Sem dúvida, o Brasil está (veja 01 dos responsáveis por estes rankings aqui), entre os 10 maiores consumidores – e também produtores – de energia no mundo. energia hidroelétrica é a principal fonte de energia utilizada para produzir eletricidade no país. Atualmente, 90% da energia elétrica consumida no país advém de usinas hidrelétricas. Produzimos e consumimos muito!

O risco duplo dos ambientes fechados com ar condicionado – a saúde e o seu bolso

E em situação de pandemia?

Bom, se é verdade que o país reduziu bastante sua atividade durante os picos de contágio na pandemia, também já é perceptível que o consumo de energia já retoma os níveis anteriores à pandemia.

Nesse sentido, com as temperaturas altas, o uso de equipamentos para reduzir a sensação de calor representam duplo risco. Ar condicionados e circuladores de ar/ventiladores acionados o dia todo irão levar as contas a valores altos. Caso seja possível, opte pelos ventiladores, deixando portas e janelas abertas e permitindo a circulação de ar.

O ar condicionado em excesso resseca o ar do ambiente, e enfim, traz ameaças à saúde, que já expusemos aqui: http://qualidadearinterior.com.br/geral/ar-climatizado-questao-de-saude-publica-qualidade-de-ar/. Em plena pandemia, o corona vírus segue sendo uma ameaça em ambientes sem ventilação. A receita para passar pelo nosso verão é o equilíbrio nas formas de se refrescar e muita, muita hidratação.

Radônio, uma questão de saúde pública no debate mundial

Algumas características fazem do radônio uma questão de saúde pública em todo o mundo. Gás radioativo e de origem natural, ele é abundante em toda crosta terrestre, no solo e nas rochas. Ao ar livre, o radônio se dispersa na atmosfera e não causa danos aos seres vivos. Mas, acumula-se em ambientes fechados, dentro de residências e prédios com fundação direta sobre o solo.

O símbolo do elemento químico Radônio.

Atualmente, comunidades científicas e autoridades em saúde voltam sua atenção para o debate em relação a este gás. Ele é considerado um risco para o ser humano quando em determinadas concentrações. Segundo a OMS (WHO, 2009), o radônio é o maior causa do câncer de pulmão após o tabagismo e o principal indutor da doença entre não fumantes, pois libera partículas radioativas. Um desafio de todos os países é lidar com este risco, especialmente quando suas populações passam boa parte da vida “confinadas”, em ambientes fechados, internos, climatizados.

Nesse sentido, recente evento reuniu especialistas em geociências, medicina e saúde pública do Brasil e da Irlanda. Realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), promoveu o debate sobre técnicas para fortalecer o Programa de Risco de Radônio do Brasil*.

O evento contou com Quentin Crowley, professor e pesquisador da Trinity College Dublin. Ele compartilhou a experiência e da Irlanda, já que uma das metas do programa no Brasil é desenvolver indicadores que apontem níveis de concentração de radônio. Isso, espera-se,  contribuiria  na diminuição do desenvolvimento do câncer de pulmão.

O programa brasileiro e a sua saúde

Conforme mencionou o geólogo do CEDES, Oderson Souza, neste evento ocorrido em setembro, os mapas de exposição ao radônio e as informações epidemiológicas possibilitarão definir o quanto o radônio influencia no desenvolvimento da doença entre brasileiros. E, em contrapartida, auxiliarão no planejamento mais assertivo das políticas de prevenção do câncer. Enfim, o programa objetiva evitar que centenas de brasileiros sejam vitimados pela doença, como vêm ocorrendo, lançando luzes sobre a questão.

(para ver a exposição com detalhe, acesse a matéria aqui*)

 

Precisa viajar de avião: deve se preocupar com contaminações?

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Viajar pode ser uma preocupação neste momento. E quem precisa viajar de avião: deve se preocupar com contaminações? Com a pandemia e o novo coronavírus, o ar interior limpo e livre de contaminação é prioridade. Embora a poluição do ar seja uma ameaça constante à nossa saúde, muitos de seus contaminantes, conhecidos e controlados em ambientes fechados e com ar condicionado, não eram uma preocupação até o surgimento desta pandemia.

A covid-19 trouxe o debate para a poluição de ambientes internos. A qualidade do ar em ambientes fechados — sua circulação e o quanto permite a dispersão ou a eliminação de patógenos — pode ser definitivo para a população não se contaminar. Você sabia que os aviões são bastante controlados neste sentido?

Pois é, o ar no interior de um avião é mais renovado e limpo do que imaginamos. Segundo o Diretor de Manutenção da LATAM, Alexandre Peronti, “há muito tempo a indústria aeronáutica se preocupa com isso e todos os projetos e sistemas de ar-condicionado e pressurização necessitam atender a padrões rigorosos de qualidade de ar dentro do ambiente das aeronaves” – em recente entrevista ao Portal UOL Notícias.

Graças aos filtros HEPA, do inglês High Efficiency Particulate Air, cerca de 40% do ar das cabines de aviões são filtrados. Os 60% restantes são provenientes do ar puro canalizado de fora do avião. Já o ar da cabine é renovado a cada três minutos, em média. Profissionais e pesquisas indicam que os filtros HEPA eliminam grande parte das gotículas expelidas que possam carregar o SARS-CoV-2.

Outros sistemas de proteção de contaminantes

Pois é, viajar de avião durante a pandemia exige também cuidados para evitar a contaminação a bordo. Por isso, companhias aéreas e aeroportos adotam, no mundo todo, medidas rígidas de limpeza e desinfecção, como:

  •  distribuição de álcool em gel
  • uso de máscaras por tripulantes e passageiros.

O ar interno que respiramos durante os voos — embora não necessariamente totalmente livre de vírus — provavelmente é bem mais limpo do que o ar em restaurantes, bares, lojas ou na sala de estar dos seus melhores amigos. Mas, cuidado: não elimina os mecanismos individuais de proteção.

Umidade relativa do ar e a saúde

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Fungos patogênicos e toxigênicos no ar de ambientes internos

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Você já ouviu falar de fungos patogênicos e toxigênicos?

A identificação do gênero de um fungo é um processo de análise microscópica que toma tempo. Exige profundo conhecimento e é feita com muito cuidado. Fungos patogênicos são aqueles que causam doenças em animais e vegetais, colonizando áreas de seus organismos. Já Fungos toxigênicos são aqueles que, ao colonizarem determinados substratos, liberam substâncias tóxicas no seu meio, causando intoxicação.

Pois é, a RE-09 da ANVISA determina que os as colônias de fungos (bolores e leveduras) presentes no ar sejam contadas e tipificadas. E estabelece como critérios de aceitabilidade a quantia máxima de 750 UFC1/m³ e a ausência de espécies de fungos patogênicas ou toxigênicas.

E para identificar a espécie,  fica ainda um pouco mais complicado! Isso porquê, entro de um mesmo gênero de fungos, há espécies  muito parecidas.  Por isso, a definição de espécie depende de uma varredura cuidadosa de toda a amostra, que identifique determinadas estruturas características da espécie. Essas estruturas podem ser difíceis de encontrar, dependem da fase reprodutiva das células.

 Imagens microscópicas de fungos presentes no ar

Imagens microscópicas de fungos presentes no ar

Como estes fungos podem ser encontrados no ar que respiramos, onde trabalhamos e vivemos?

É nas análises de ar interior, quando se identifica que uma colônia pertence a um gênero que não apresenta espécies patogênicas ou toxigênicas, que a identificação pode ser concluída. Quando o gênero identificado contém alguma dessas espécies, a identificação precisa seguir adiante, até que se determine de que espécie está se tratando.

Por exemplo: o gênero Aspergillus. É relativamente comum, e possui espécies inofensivas, mas também contém espécies que produzem uma toxina denominada Aflatoxina  . Ela possui comprovados efeitos nocivos, destacando-se toxicidade para o fígado, quando ingerida, e um tipo de pneumonia denominada Aspergilose, quando inalada.

E enfim, um laudo de qualidade do ar interior poderá não apresentar a identificação de todas as espécies presentes. Eventualmente, irá apresentar apenas o gênero identificado, tal como “Rhodotorulla sp.”, “Cladosporium sp.”, etc., e isso é possível quando se tratar de gêneros formados por espécies inofensivas. Mas o laudo não poderia apresentar, por exemplo, apenas “Aspergillus sp.”, “Fusarium sp.” ou “Histoplasma sp.”, pois, dentre outros gêneros, esses apresentam espécies patogênicas e toxigênicas.

Portanto, é necessário identificar as espécies. Logicamente, isso representa mais trabalho! Exige tempo e qualificação profissional, e isso tudo acaba encarecendo a análise laboratorial. Mas é um processo de extrema importância para garantir a saúde dos ocupantes e frequentadores do ambiente. Vale a pena, não?

 

+ Entenda todos os parâmetros de qualidade do ar interior avaliados.

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1 Unidades Formadoras de Colônia

Estamos respirando dióxido de carbono em demasia?

Talvez seja importante, hoje em dia, indagarmos se estamos respirando dióxido de carbono em demasia. Afinal, o dióxido de carbono, ou gás carbônico, é um produto de combustão que eliminamos até na respiração. Mas, quando em excesso, pode ser um perigo para a saúde.

Pois é, a elevação da concentração de CO2 indica que o oxigênio está sendo consumido a uma taxa maior do que sua renovação. A baixas concentrações, o CO2 não é nocivo. Conforme a concentração e o tempo de exposição aumentam, o CO2 provoca depressão do sistema nervoso central. Assim, as pessoas sentem relaxamento, fadiga e até  sonolência. Outros sintomas se acrescem na medida em que a concentração aumenta.

E quem trabalha em segurança e saúde sabe que, em concentrações elevadas, O CO2 está entre os agentes químicos com limite de tolerância no Anexo 11 da NR-15 – Atividades e operações insalubres.

O dióxido de carbono em ambientes residenciais x corporativos

A renovação de ar em ambientes climatizados ocorre de forma diferente em residências e em ambientes corporativos.

Em residências, a densidade de pessoas é menor, e a necessidade de renovação também é menor. Muitas vezes, pode até  ser suprida pelo simples fluxo causado pela circulação e pelo abrir e fechar de portas.

O mesmo não ocorre nas empresas, já que a quantidade de pessoas por metro quadrado é maior. Para esses ambientes, um sistema projetado para a troca do ar pode ser obrigatório.

O dióxido de carbono também é um marcador epidemiológico

Aliás, o dióxido de carbono como marcador epidemiológico deveu-se, nas últimas décadas, aos seguintes motivos:

  1. Aos potenciais danos que o aumento de sua concentração e a redução do oxigênio podem causar à saúde das pessoas.
  2. É aceito que, se o sistema de HVAC não está a removendo o dióxido de carbono, provavelmente, está também havendo acúmulo de outros poluentes. Eles podem ser: compostos orgânicos voláteis de ceras, mobiliário, produtos de limpeza, solventes, tintas e vernizes, colas, etc. Outros poluentes emitidos na combustão de gás para cozinhar / aquecimento. E poluentes  emitidos por equipamentos utilizados no interior dos ambientes.
  3. A falta da renovação de ar em ambientes climatizados também aumenta a disseminação de vírus, bactérias e outros microorganismos do trato respiratório. Com uma alta densidade de pessoas, o mesmo ar é respirado várias vezes.

Mas, há também outros efeitos do CO2, recentemente descobertos.


Universidade de Harvard avaliou o impacto do dióxido de carbono nas funções cognitivas de trabalhadores

 

Um estudo do grupo de pesquisa em saúde ambiental da Universidade de Harvard [1] avaliou o impacto do dióxido de carbono nas funções cognitivas de um grupo de 24 trabalhadores durante seis dias completos de trabalho. Encontrou resultados bastante impressionantes. Eles descobriram que, quando as pessoas eram movidas de um ambiente com baixa concentração de CO2 para um ambiente com concentração de 950ppm (partes por milhão) de CO2 — nada incomum em ambientes de trabalho — era observado um declínio de 15% nas faculdades cognitivas dos ocupantes. E, quando a concentração subia para 1400ppm, o declínio observado no desempenho era de 50%.

Pois é, na pesquisa, três domínios de funcionamento cognitivo, em particular, mostraram as mudanças fortes. Um, a resposta a crise, estratégia e uso da informação. Esses domínios de função cognitiva estão ligados à produtividade do trabalhador, relata Joseph Allen, condutor da pesquisa. [2]

Tipicamente, a concentração de dióxido de carbono na área externa fica em torno de 400ppm. O problema é que as pessoas experimentam, rotineiramente, níveis de dióxido de carbono entre 800 e 1200ppm no trabalho.  Além disso, não é raro encontrar ambientes com o dióxido de carbono em 1500ppm ou até 3000ppm, segundo Allen.

O objetivo do estudo era simular as condições de qualidade ambiental em interiores de edifícios “Verdes” e “Convencionais”. Avaliando o seu impacto numa medida objetiva de performance humana — função cognitiva de ordem superior. Ele concluiu que as descobertas têm  ampla gama de implicações, porque a pesquisa foi designada para refletir condições que são comumente encontradas, diariamente, em ambientes internos.

 

[1] Allen J, MacNaughton P, Satish U, Santanam S, Vallarino J, Spengler S. 2016. Associations of Cognitive Function Scores with Carbon Dioxide, Ventilation, and Volatile Organic Compound Exposures in Office Workers: A Controlled Exposure Study of Green and Conventional Office Environments. Environmental Health Perspectives, 124(6):805-812.
[2] Public Radio International: https://www.pri.org/stories/2015-11-11/what-better-thinking-and-productivity-improve-air-quality-your-office

 

 

Bioaerossol (fungos viáveis)

Bioaerossol é a denominação dada à suspensão de microorganismos, ou compostos orgânicos derivados de microorganismos (endotoxinas, metabólitos, toxinas e outros fragmentos microbianos) dispersa no ar. Bioaerossois estão associados com um amplo espectro de efeitos à saúde, incluindo infecções e doenças contagiosas, toxicidades agudas e alergias. [1], [2]
Embora essa suspensão apresente variados tipos de formas vivas microscópicas, incluindo bactérias, vírus*, fungos, entre outros; a ANVISA determina a pesquisa, monitoramento e controle ambiental da possível colonização, multiplicação e disseminação de fungos (bolores e leveduras) no ar ambiental interior. A RE-09 estabelece um limite para a contagem de colônias (Unidades Formadoras de Colônia, ou UFC) de bolores e leveduras de 750 unidades por metro cúbico de ar. Segundo a mesma norma, o número de colônias no ambiente interno deve ser comparado com a contagem no ar externo, de modo a verificar se há amplificação; e as espécies isoladas nas amostras devem ser tipificadas, de modo a excluir-se a presença de espécies patogênicas.

De acordo com vários estudos, o teor de umidade dos materiais de construção, a umidade relativa e a temperatura, as concentrações externas, as taxas de troca de ar e número de pessoas e animais no ambiente afetam significativamente os níveis de bioaerossois internos. Em geral, concentrações mais altas de bioaerossois predominam em climas mais quentes, em relação aos mais frios. [1]

Os microorganismos podem, às vezes, desenvolver-se nos filtros de ar e serem liberados na passagem do ar, sendo, consequentemente, transportados para o interior dos ambientes. [2] Disso ressalta-se a importância da limpeza e substituição dos filtros de ar. A sobrevivência dos microorganismos sob condições internas depende de diversos fatores, tais como a temperatura, radiação ultravioleta, umidade e pressão, tipo de microorganismo e da presença de certos poluentes na atmosfera. [2] Mas em todos os casos, o teor de umidade ambiente desempenha um papel determinante na multiplicação e desenvolvimento dos agentes biológicos no ar interior. [3]

 

Placas de coleta de amostras de fungos após o período de incubação

Placas de coleta de amostras de fungos após o período de incubação

+ Saiba mais sobre espécies de fungos Patogênicas e Toxigênicas no ar de ambientes internos.

 

* A contaminação viral do ar é raramente determinada, devido a dificuldades de se obterem culturas e à falta de métodos moleculares. [1]

[1] Mandal, J; Brandl, H (2011). Bioaerosols in indoor environment – a review with special reference to residential and occupational locations. The Open Environmental Biological Monitoring Journal, 2011(4):83-96.

[2] Ghasemian, Abdolmajid et al. (2016) Types and Levels of Bioaerosols in Healthcare and Community Indoor Settings in Iran. Avicenna Journal of Clinical Microbiology and Infection.

[3] OMS, Guidelines for indoor air quality: dampness and Mould; 2010.